CANTILENAS AO VENTO

Velejando minhas dores

Nessas águas turbulentas

E sentindo desses mares

Tempestades e tormentas

Eu afogo as minhas mágoas

Tu afagas o meu pranto.

E os versos feito brasas

Vão queimando o meu peito

Dilaceram a minha alma

Feito pássaro sem asas

Vou seguindo meu destino

Tão incerto quanto o vento.

Sem tijolo ou argamassa

Nesses versos imprecisos

Edifico minha casa

O lugar onde me escondo

Eis aqui melancolia

Solidão mora comigo

Vem a noite tão escura

Sem estrelas pelo céu

Lua, lua, onde estás?

Meu amor já foi embora

Feita pássaro errante

Que partiu antes da hora.

E assim por noite afora

Nem se apaga a estrela

E também não rompe a aurora.

José de Castro
Enviado por José de Castro em 11/07/2012
Código do texto: T3771404
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