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C Á O S
 
Espaço em branco,
rumor surdo, absurdo,
som estranho em que me banho,
me leva, me toma, me apanha,
arrasta-me rumo ao futuro
onde a bruma é um cáos escuro
e o tempo um lento tormento.
Tremo sem ver nada - cego,
tenho medo, sim, não nego,
as cores se juntam às sombras,
não há luz, ela se esconde
e me escapa o pensamento.
enquanto divago sozinho
murmurando ladainhas
que me protejam, me guardem.
Já não sei se é cedo ou tarde,
a vertigem me domina,
caio num poço sem fundo,
pobre ser desacordado.

Salva-me graça divina,
não quero perder-me no mundo
sem ter ninguém a meu lado.