Gotas.

Sem sangrar, sem cortar

sim, clara e cristalina.

Transparentes e limpas

fluindo da alma.

Abaixo dos olhos,

expressando seu sentimento mais expressivo.

Com lembranças, com machucados

elas não fazem sangrar, apenas pensar.

Não vermelha como escarlate,

ou negra como o fechar dos olhos

mas transparente como água,

cristalina de sentimentos.

Ah, na dor? Derrame-as.

No amor? Goteje-as.

Na tristeza, no desânimo

siga-as.

Pinte um quadro com elas,

e esconda-o em seu quarto.

Este quadro é seu

e de mais ninguém.

Elas são companheiras

de um coração que está em molde,

companheiras contínuas

do homem e da mulher, não há distinção.

Ah, elas falam por si só!

Elas escorrem e gotejam

chovem em tortura,

mas elas estão a cair.

Elas estão sendo guardadas em um vaso,

e também em um cálice.

Suspire junto delas,

de joelhos, sem vacilar em um levante.

Se elas estivessem de contínuo comigo,

poderia eu dá-las ao povo

mas elas ainda estão comigo,

apenas comigo.

Elas intercedem por mim,

com minha boca em silêncio.

Meus olhos estarão a me alegrar

junto do meu coração.

Gotas transparentes e puras,

gotas inocentes.

Elas amolecem meu sorriso,

e deixam áspero meus joelhos.

Não, não se engane.

O sábio está na casa de luto.

[13/07/12]

Cesare Turazzi
Enviado por Cesare Turazzi em 13/07/2012
Código do texto: T3775850
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