Um Rimbaud Bêbado

Minha alma abstrata e alheia olha

O mar à frente - nau que se ignora

E se deixa ir, abstrata rolha,

Entre símbolos de além e de “embora”.

Elemento do ar, extasiada folha,

Num crepúsculo que se autodevora,

Pássaro cuja asa esquerda se molha

Numa água mística, reveladora...

Vou, perco-me entre brumas de em-si,

Imerso no redemoinho voraz,

Lembrando os lugares onde vivi.

Prossigo, sou navegador audaz,

Deixando em cada lar de onde parti

Um adeus que na distância se desfaz...

Vagner Rossi
Enviado por Vagner Rossi em 17/07/2012
Código do texto: T3783335
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