O tempo

As horas são castas malditas

Arrastam as vestes do tempo

Fazem vergar as asas eruditas

Infestam de ódio o pensamento

Se põe a sangrar suas feridas

Que jorra agora pús e sangue

De uma inocência pervertida

E o demônio que a lambe

Ria agora de seu tempo retrógrado

Vendo nos tempos perdidos as chagas

E a decomposição de seu passado

Que das feridas só restam marcas

Vivendo acoado sobre peias

Resmugando lamentos bastardos

De uma vidinha insatisfeita

Vendo satã lhes lançar os dardos

Faça a vontade de sua carne pôdre

Infestando o mundo com seu cheiro

O leve odor de uma morte

Vindo de encontro o carniceiro

O tempo leva sua aparência

Sua vida é apenas um escopo

A beleza se torna uma carência

Te fazendo lembrar que nasceu morto

Sua vida era a pobre aparência

Que o tempo devolveu ao esgoto.

Adam Lioncourt
Enviado por Adam Lioncourt em 12/02/2007
Código do texto: T378531
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