Alma sedenta
Águida Hettwer

Dou asas à imaginação dos versos o fomento,
Germinar da poesia deslizando sobre a tinta,
Meus pensamentos são folhas soltas pelo vento,
Num entardecer que na luz púrpura imita.


Alheia a própria razão do coração esgrimas,
Respingos de saudade sobre a tela,
Inunda-me a face pintada de lágrimas,
Recompondo-me em cada frase escrita,
Sonhos feitos de aquarela.


Em verso lançado no papel,
Amuleto de meus pensares, figuram em mim,
Desvendando mistérios da noite imensurável,
Que parece não ter fim.


Em outros acordes, cantarolar de passarinhos,
Celebrando canções de outrora, acomodados em seus ninhos,
Minh ´alma sedenta procura a ultima
Lágrima censurada pelo tempo.


13.02.2007