PESADÊLO

Não são sonhos, são pesadêlos,
Que no breve sono, tão intensos,
Imagens inefáveis se misturam,
Com o mais real, se conjugam.

Do mais lúdico ao profano,
Do mais ínfimo ao imaculado,
Do mais confiável ao debochado,
Do mais atroz tão perpetuado.

Degraus que se desmancham,
Escadas que se despencam,
Águas em extrema abundância,
Que invadem sem observância.

Fogo que ateia, incendeia,
Incêndio em cadeia,
Temperatura que sobe,
Labaredas que destroem.

Correr, não adianta!
Não saímos do lugar!
Gritar? Pra quem?
Ninguém escuta, ninguém socorre.

Viagem, numa estranha embarcação,
Que nos leva a outra dimensão,
Nos mostrando passado, presente e futuro,
Que parece a vida, do outro lado do mundo.

Pesadêlos que derrubam de escadas,
De alturas,
Que afogam,
Que queimam,
E iluminam,
Parecem luzes,
Que corremos,
Sem sair do lugar,
Gritamos, ninguém ouve,
Todos debocham, são maus,
Seres deformados,
Rostos mostrados,
Tudo turbulento,
Abstrato,
Fato,
Fantasias,
Lembranças,
Lamúrias,
Rancores,
Tudo latente,
A se descortinar,
No tão sombrio,
Desalento,
Que nada faz sanar,
Não consegue acordar,
Mas tudo se dissipa,
Num acordar sôfrego,
Porejado e perdido!...

Maysa Barbedo
Enviado por Maysa Barbedo em 13/02/2007
Reeditado em 13/02/2007
Código do texto: T380068
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