Vivos e mortos

A roseira de meus mortos perfumados

Se desabrocha num enorme carinho

Criando momentos abençoados

Iluminando o meu caminho.

O pântano de vivos putrefatos

Se cobre num insuportável odor

Infestando encontros ingratos

Extirpando todo o amor.

Diante de crueldade e indiferença

Tenho uma vontade imensa

De desenterrar os meus defuntos.

Assistindo-los a enriquecer a vida

Neutralizando a maldade nociva

E ficando conosco juntos.