Só para lembrar
Não há mais o que dizer.
É converter palavras em realidade.
Não cabe a sangue frio miserabilizar o povo,
Para a qualquer tempo aparecer como salvador.
Nesse momento, a mudança, as obras, a poesia, a luta, o herói...
É cada um de vós.
Deixemos de ofuscar os olhos;
De pesar o coração com o brilho ilusório das coisas.
Ao redor da cidade...
Pessoas passam necessidades...
Sentem dores e morrem sem ter porque.
Ontem, nos palanques do país afora,
Uníamos as mãos pedindo diretas;
Falamos em línguas... Igualdade, Liberdade e Constituição,
Almejávamos ouvir a voz do cidadão.
Mesmo que em muitos quarteis ainda se calassem pássaros com as baionetas;
Mesmo que nos locais de tortura, muitas mães tombassem cansadas a procura dos filhos;
Mesmo quando as flores cresciam cercadas pelos muros.
A ordem, enfim, foi instituída.
Celebrava-se noite e dia, a cidadania esquecida,
Quando moribundos saímos às ruas com as caras pintadas.
Agora, nesse corre, corre do dia a dia,
Quando se ergue o verbo em Democracia,
Que se olha o horizonte pensando em deixar para trás toda história de covardia,
Dos coronéis, senhores de engenho e tantos menestréis;
Quando se pensa enxergar a luz da justiça...
Os mesmos, que um dia choram,
Sangraram e pediam incessantemente a Deus pela cura.
Diante da omissão da lei; da falta de cultura,
Da indiferença das pessoas e do respeito à cidadania,
Os mesmos lutavam contra a tirania...
Fazem de Brutos o seu conselheiro,
Escondem-se no canto imitando Pilatos.
Esquecendo, que nesse mundo, vivem os seus filhos...
Esquecendo que nós não somos nada sem o outro.