S & M





 

Eles vão parar de acreditar,
quando eu quebrar o seu corpo.
Quanto eu pressionar seu coração,
entre os dedos de minha mão.
Quando eu revolver sua alma,
quando, do outro lado de seus olhos,
eu ver o que fiz a mim mesmo
espatifando a sua resistência.
Sempre serei o arauto do errado,
colocando tudo na perspectiva esquerda,
retalhando sua carne por curiosidade,
para ver o que, de verdade, está aí dentro.

E é sempre essa fome que não termina,
 essa perversão que jamais se acaba.
Sempre a inocência à flor da pele,
sentindo o efeito da chicotada,
o gosto oculto, o tapa na cara.
E a quem culparemos, tarde da noite,
pelas roupas manchadas, pelas feridas?
Talvez o sacerdote, que inventou a culpa,
talvez a nós mesmos, que inventamos os limites.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 04/08/2012
Reeditado em 31/08/2013
Código do texto: T3813437
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