O Sol da Santana

O sol da manhã

Que adentra

Pela porcelana da tua pele

E me esquenta.

É por isso que

Esfrio em suor

Nas ruas da Santana

Perto da redenção

E sigo o manicômio

Meu lar.

Assim que assobio

Para os sujeitos

Que habitam minha rua

Eles se põem a cantar.

Cantam os poemas que escrevi

Embriagados de impureza

De pesticida e maconha

Podres de tristeza

Fedendo incerteza

Pedindo dinheiro

Pra matar a fome

Das crianças.