A Velha Cabana

A flor do tempo adormeceu,

Enquanto que a estrela do dia na intercessão do horizonte com a noite se escondeu.

As janelas ainda se fecham, todos voltam cansados do trabalho para casa.A mesa do jantar continua ao centro, há fartura, luzes e valores, mas o pai se assenta diante da escrivaninha, os demais escolhem um canto e diante do quadro de vidro, cheio de cores perdem um bom tempo.

A casa está cheia, mas parece bem vazia.

Não há verbo, não há passos, nem compassos...Não há calor humano.

Uns compenetrados planejando um futuro,

Outros perdidos procurando espelhos, olhando o relógio, entrando e saindo.

Bombas são criadas,

Viúvas são pintadas,

Guerras assistidas,

Clones são aplaudidos...crianças não brincam mais de nada.

Filhos... eram paridos

Filhos... hoje são herdados.

O amor que se tinha foi vencido.

Agora,como estilo só sexo, drogas e um falso brilho.

Não há mais o palhaço,

Não há mais o romântico,

Não há mais o amigo,

Não há mais em quem acreditar.

Quem faz o sorriso acontecer na alma?

Quem diz verdadeiramente o que sente?

Dizem os articuladores, que esses são sonhadores.

Conseguimos enfim falir o órgão.

Somos políticos,

Somos cientistas e mais precisamente loucos.Na verdade medíocres, que na luta contra o mal, deixamos a vida para financiar a morte.

Cultivamos o ódio, negamos a sorte e para posar aos jornais desculpamo-nos dizendo, que o erro é coisa de ser humano.

É, é difícil dizer eu te amo, quando se têm dores; mas é normal falar eu te amo, quando nos sentimos fatores.Porque hoje a gente busca o prazer, porque hoje a gente sonhar com o ouro e faz de tudo para ser, faz de tudo para ter o que não faz brilhar a alma.

Tolos!

Somos, meramente uns tolos...E vamos sair daqui sem acreditar no que realmente nos faz mudar.

Precisamos precisar só uns dos outros.

Dessas tantas invenções, para fincar o pé na história, precisamos apenas exercitar o amor.

Precisamos voltar a ser...pintores,

Precisamos voltar a ser poetas,

Precisamos voltar a ser pastores...

Ai os dias não serão só de atores,

Mas de pais e filhos.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 15/02/2007
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