Apocalipse branco







Andâimes oxidados,
prédios pela metade,
rochedos semi-esculpidos,
estradas sem solução.
Acabou-se o trabalho do futuro,
e nem a consciência habita
o deserto que se tornou, ao cabo,
o minério bruto, solto no espaço.
Não haverá mais ninguém
para ter medo do fim que vem.
Não importa a floresta
que se alimentou do último homem,
nem o sol que finalmente fritou
o último rasgo de genialidade.
Nada mais habita aqui.
E até a poesia feita para seus olhos
desintegra-se nesse momento,
sem deixar saudade nenhuma.
EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 10/08/2012
Código do texto: T3823414
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