Efígie
Na hora da palavra,
o silêncio.
Não há de ser em tão
silábico gaguejo
que marcharei ao púlpito
e entregarei minha flor azul
ao desmanche.
Indiferente ao meu protesto,
o silêncio me toma em reveses
como fosse desjungir minha alma
e nem Deus em suas desinências
se interessa:
o homem conhece enfim
sua própria condenação.
De sôfrego azul banhada
sob o jugo dogmático da felicidade
a memória é sorvida de silêncio,
escatológico,
inevitável.
O consentimento das coisas findas
tão absoluto, que não admite
sequer este epitáfio.