A Preguiça

Ladra boça covarde

Que verborrage da mente insana,

Da preguiça temporária

E da veste templária,

Consoante à vã tebana,

Conforme ao lácio alarde.

Boca, pelo canto, quebrada

E assassinada a mão infame

Que acolhe o vislumbre bocejo

Da manhã de um suave ensejo;

Arrebol, doce derrame,

Que reclama da língua cansada.

Despropositado argumento

Frio, malogrado e ríspido assunto

Que, pra refugiar-se no regaço das coisas,

Ampara-se por sob boinas,

Que escondem os olhos mortos para o mundo

Tão disperso em sentimento.

Bento Verissimo
Enviado por Bento Verissimo em 12/08/2012
Código do texto: T3827125
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.