ESCREVO...

Escrevo... Canto as horas de amargura.

Ah! Não queria falar de desventura,

mas meu coração é prenhe de ilusões perdidas!

Escrevo cantando quimeras liriais,

sonhando amores puros e leais,

num mundo de maldades sem medidas!

Escrevo... Canto o eterno sofrimento.

Ah! Não queria falar deste atroz tormento,

mas meu poema só verseja amor com dor!

Escrevo, então, para fugir de uma verdade,

esta canção que enaltece toda a imensidade

da natureza, repleta de esplendor!

Penso em cantar o azul do mar,

o verde da floresta, a prata do luar,

a brisa que sussurra em doce acalanto!

Quero cantar a tarde que morre em letargia,

o horizonte sumindo, as estrelas, toda a magia

do etéreo manto a acompnhar este meu canto!

Mas... No fundo são recordações que eu canto...

Lembranças do teu corpo, do teu mágico encanto,

do teu beijo, do teu pranto que ficou a rolar!

Escrevo e canto sim... Mas o que canto no fim,

é só este imenso amor que permanece em mim,

e que o destino não deixou-te amar!

Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 16/02/2007
Reeditado em 26/02/2007
Código do texto: T382926
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.