INSTATÂNEO DE UMA NOITE
O frio da noite
comprime o impulso
congela a esperança
num gélido beijo
indiferente a tudo.
Inóspita,
a noite irrompe um grito
assombra o sonho
envolvendo o instante
no véu cruel
de uma solidão
amarga e seca
que marca o sabor
na boca da inquietude
Na face ingênua,
o frio petrifica
o hálito fugaz
que sopra Vida
num átimo
Olhos navegam
fora da órbita
soltos, silvam
luz e cor
O vento
sopra um frio
que agora morna
Refloresce a vida
num canto
da história
História secreta
bendita
seleta
e dileta...