VIVO

Me perder em delírios é minha única arma contra a solidão,

Que eu mesmo inventei quando do mundo resolvi me isolar.

Porém, em meio a tantos flash´s me perco e interrompo qualquer situação,

Pois temo com quem e como, em sonho hei de me atordoar.

Despeço-me de cada segundo como se fora um século que se passasse,

Ansioso por um nada que nem sei, se, ou quando, há de chegar,

Implorando a Deus que alguém, o meu ego tocasse,

Mas evitando, se, por ventura, ousar de tentar.

Vou vivendo os meus dias contentando-me em ser apenas um resto de mim,

Que se esqueceu de como sua essência e realidade buscar.

E por isso, trocando os sonhos por pesadelos, para quem sabe assim,

A vida continue a pelo menos, diante dos meus olhos, passar.

Pois a dor que agora e desde outrora corta-me a alma,

É tão grande quanto o “eu” que se perdeu com o tempo.

Em conseqüência do fato de os meus princípios, conceitos, ideais e calma,

Não mais passarem de um pequeno sarcástico e dispensável tormento.

Sei que preciso acordar e recomeçar-me novo,

Mas nesse momento faltam-me as forças que para isto preciso portar.

Agora, já não me atrevo a galgar algo, desafios... Sequer me movo.

Para voltar a estar vivo, onde, que não em ti, minh’alma precisa estar?

Edson Wander
Enviado por Edson Wander em 16/02/2007
Código do texto: T383439