cigarras
a cidade estava lá
angulada pelas montanhas
o nome dos pássaros
das ruas
as esquinas mijadas por bêbados
a multidão desenhando o caos
a teimosia do céu colorindo as sombras de azul
o beijo
o corpo
o sonho
todos
prisioneiros do esquecimento
barganho um pastel chinês
por algumas moedas e cansaços
me espreguiço
bocejo palavras sem retórica
deixo o pensamento ser nuvens
enquanto palmilho a solidão
nada me parece familiar
somente os corações
que cantam até morrer