Sino de Badalar Silêncio

No jardim aprendi a amarrar os cadarços.

Lá havia um perfume que arpejava-nos Amadeus.

Uma piscina em formato de trevo para as incertezas.

Um escalador de ventania e uma tartaruga.

O piso da sala de aura vestia-se de madeira.

A rocha trila sua sabedoria de pedra.

No pátio dos colibris

Havia um balanço de sentar tristeza,

Era só ficar lá que ela desintumescia.

Era mais rápido quando se balançava a dois.

A dália rosa que não gostava de mim

Acenou por trás dos portões entreabertos de sua casa.

Na corola, borboletas de amar o dia.

Um grilo canta com suas asas.

O sino de badalar silêncio

Só toca quando o gorjeio de um crisântemo branco esclarece.

Dizem que onde nasce o rio Tejo

Há uma cor que se chama morada.

Um dia não mais me lembrarei do que sonhava para os pássaros.

Antes de ser doutor, um homem pode ser diplomado pelo horizonte.