Ana Lins do Guimarães Peixoto Brêtas (Cora Coralina).

Ana Lins do Guimarães Peixoto Brêtas (Cora Coralina).

Menina pobre que nasceu em 1889 em Goiás.

Em 1903 Ana já fazia poesias no seu dia a dia.

Teve uma vida difícil de grande labuta

Em 1910 cria um jornal de poesia feminino

Deu o nome para o Jornal de: A Rosa.

Em 1911 foge com o seu amado, um advogado divorciado.

Com quem teve seis filhos em Jaboticabal.

E o tempo passa, e a mulher de fibra se faz presente.

Um ser simples com apenas o curso primário

Doceira de profissão esbanja sabedoria em seus escritos.

Publica seu primeiro aos 75 anos de idade!

Ganhou uma grande projeção, quando Carlos Drummond de Andrade.

Manda-lhe uma carta elogiando o seu trabalho literário.

E assim passa ser conhecida e amada por todo Brasil.

Cora viveu até 96 anos, recebendo inúmeros prêmios

Em 1985 Cora, falece em Goiânia e seu corpo é velado

Na igreja do Rosário ao lado da sua Casa Velha da Ponte.

Casa onde muitos passavam e lá estava ela, na janela admirando

A sua terra tão amada e querida...

Lembrando a poesia Cântico da Terra, que amo de paixão

Peço a Deus que chegue até Cora Coralina o meu amor e a minha admiração.

Onde quer que esteja a brilhar pelos céus de Goiás....

Sandra Galante.

O cântico da terra.

Cora Coralina

Eu sou a terra, eu sou a vida,

Do meu barro primeiro veio o homem,

De mim veio a mulher e veio o amor,

Veio a árvore, veio a fonte,

Vem o fruto e vem a flor.

Eu sou a fonte original de toda vida,

Sou o chão que se prende à tua casa,

Sou a telha da coberta de teu lar,

A mina constante de teu poço,

Sou a espiga generosa de teu gado,

e certeza tranquila ao teu esforço.

Sou a razão de tua vida,

De mim vieste pela mão do Criador,

e a mim tu voltarás no fim da lida,

Só em mim acharás descanso e Paz.

Eu sou a grande Mãe Universal,

Tua filha, tua noiva e desposada,

A mulher e o ventre que fecundas,

Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor.

A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu!

Teu arado, tua foice, teu machado,

O berço pequenino de teu filho,

O algodão de tua veste,

e o pão de tua casa.

E um dia bem distante,

a mim tu voltarás.

E no canteiro materno de meu seio,

tranquilo dormirás.

Plantemos a roça,

Lavremos a gleba,

Cuidemos do ninho,

do gado e da tulha.

Fartura teremos,

e donos de sítio,

felizes seremos.

Cora Coralina.