Ouvindo o vento
E eu tento agarrar o vento com as mãos,
mas, ele passa sorrateiro e vasa por entre
meus dedos como no dedilhar de uma canção,
e voa, levando as folhas e desce varrendo o chão.
E zomba de mim, corre feito cavalos nos meus pensamentos,
travando comigo um nostálgico sentimento de dor...
Mas eu que não desisto, continuo a brincar com o vento,
Despedaçando em pétalas a linda e perfumosa flor,
Que antes fora o meu lamento a minha lembrança.
Agora é um raro perfume que minh’alma alcança,
Nesse breu de indagação, nessa mera reflexão,
Que talvez o amor é só esperança , só esperança...
Então continuo tentando agarrar o vento, continuo.
Sem medo e sem angustia, pois, esses já se foram,
Sem pressa e sem tristeza, apenas com a beleza,
Porque tudo é brincadeira de criança, tudo é benção.
ValquiriaCordeiro