Negritude

Somos a carne rasgada

De tanta porrada

Que a mão branca nos ofereceu

E por piedade de graça nos deu...

Todo nosso sangue... No mar Escorreu

Se perdeu...

Nosso coração com emoção... Tum... Tum e lágrimas

Solta a canção

E basta aquela mãe aparecer que...

Há medo

Há silêncio

Há gritos

Há sangue

Há morte

Se foram as raízes

Os órfãos ficaram

Nos deixaram livres

E presos nos laços

Os lábios infantis

Grudados nas tetas secas

Da dona do seu leite...já seco...e inexistente

Morreram também secos também dentes e inocentes

Hoje, somos livres

Não sabemos de onde viemos

Tudo foi destruído

Apagado da nossa mente

Moramos numa senzala disfarçada de

Subúrbios

Favelas

Barracos

E até somos vistos como mal educados cavalos e burros

Mas deveríamos está felizes

Nos restou choro

Lagrimas

Belos apelidos

Pobreza

Estudo e trabalho sem qualidade

É obvio, quem vai querer ensinar e dá poder a

Ex-escravos?!

Um dia

Ainda que distante

A negritude vai dizer

Quem é e a que veio.

Nos aguardem naqueles seios

Fartos inocentes e de esperança cheio.

Maisha Mandisa
Enviado por Maisha Mandisa em 27/08/2012
Código do texto: T3851419
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