A Vênus das peles.

Querendo amar além do mais profano

Amei a tudo e a todos, sem cautela,

No mundo em que vivi eu fui aquela:

Do intenso, do sagrado e do tirano.

Por não manter o Amor em tal engano,

Em regras, em limites, em tutelas.

Fui mártir do porvir que se revela

Nas dores semeei ardor e dano.

Assim, tanto sofri por tal assédio,

Morrendo de um Amor mais que perfeito

Nas faltas que vivi, colhi meu tédio.

A vida quer um sim, enfim aceito:

E assim, morri nas dores, sem remédio,

E as garras lacerando o próprio peito.