O crime de Medeia
Chamaram-na louca, à Medeia
Por matar seus próprios rebentos
Mas não pensaram na ideia
De que feriram seus sentimentos.
Medeia, amante verdadeira
De si próprio despojada
Tornou-se novamente a feiticeira
Quando por vileza e ganância atraiçoada.
Não, não foi por ódio o seu crime
Ela fez como fazem todos os magoados
Feriu o traidor na sua maior fragilidade.
E isso não é crime, o real crime
É querer seus atos expurgados
Sem antes condenarem o causador de sua infelicidade.
Cícero – 17-10-96