Alquimista.
A mulher tem nas mãos
a chave do mundo
nem todas sabem
poucas descobrem
mas mandam e desmandam
bastam só engenho,e arte
por elas,dobram-se os sinos
cantam-se hinos
faz-se a poesia
porque a mulher
é liturgia,é fantasia
é todo dia
por elas enforcam-se os Judas
faz-se loucuras
sem cautela as diferenças
há dias em que estão de lua
e há noites em que estão de sol
e é graças a elas
com toda supremacia
que há matizes no horizonte
das palavras dos poetas
e é exatamente essa mistura
louca quente e colorida
que vai inventando
variações de vida
que vai tecendo emoções
que inventa coisas que ama
e ama as coisas que inventa
e assim...nessa alquimia
depois de um dia tão rude
consegue ao chegar a noite
despir-se em atrevimentos
e ficar ainda mais bela
e fazer por um breve momento
com que até Deus
acredite nelas.
Anneth Santos.
Do livro Real(idade)Nua e crua.