Nua

A janela do meu quarto

É muda insensata

Verborrágica

Nua desbocada

É uma puta santa.

É rezadeira, esquizofrênica

Insana

É tudo do nada

É realidade abstrata

É só mendicância.

A janela do meu quarto

Vive na ditadura da alma

Como tantos

Que andarilham

Pelos cantos

Do inferno mundo.

A janela do meu quarto

De madeira

Apodreceu.