***PRECISÃO***

desdenhou o amor

como se não passasse

de sentimento banal

infértil, vil, malévolo

provocando sem piedade

lágrimas de mar

marejadas de saudade

angústia, desespero...

sem nada entender

viu entrelaces que num

sem querer se rasgaram

desataram, romperam

como céu em tempestade

que se abre em pranto

e corrói todo encanto

de um lindo dia...

seguiu em passos lentos

a direção dos desiludidos

levando só na bagagem

o vazio de si mesmo

sem saber como chegar

onde procurar

perdido a esmo

da própria identidade...

é preciso se encontrar

construir nova rota

improvisar um destino

reinventar um sentido

talvez, não para curar a dor

mas pelo instinto genuíno

da sobrevivência imposta

pela própria espécie...

não pode insistir

em morrer de amor

seria descuido, absurdo

ilógico, vão

patético, injusto

tamanho desatino

por qualquer amor que

não se faz merecedor...

melhor será se perder

no tempo que passa

que cura, engessa dores

renova esperanças,

recupera perdidos

regenera feridas

se impõe à morte

descortina vida...

Nikitita... a poetinha de Niterói

Angela Oliveira
Enviado por Angela Oliveira em 14/09/2012
Reeditado em 07/02/2014
Código do texto: T3881510
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.