Desabafo
Desabafo
Ao herói que nunca serei
Canto hoje forte, o hino que sei
Na esperança épica que um dia matei
Pela honra e devoção que nunca passei.
Mas vou desistir de lutar
Pelo amor a quem não consigo consagrar
Pela dignidade que jamais há de voltar
Cruzo os braços na ilusão de um dia mudar.
E o tempo passa e me ultrapassa
E o sonho já lá vai
Mas de caneta em punho sou pai
Desta tênue e débil farsa.
Moribundo, morro, sou defunto
De coragem para mudar o mundo
E uma réstia de luz ilumina
A voz que grita e anima
A palavra de coragem
De quem nunca não passou de uma viagem