Desabafo

Desabafo

Ao herói que nunca serei

Canto hoje forte, o hino que sei

Na esperança épica que um dia matei

Pela honra e devoção que nunca passei.

Mas vou desistir de lutar

Pelo amor a quem não consigo consagrar

Pela dignidade que jamais há de voltar

Cruzo os braços na ilusão de um dia mudar.

E o tempo passa e me ultrapassa

E o sonho já lá vai

Mas de caneta em punho sou pai

Desta tênue e débil farsa.

Moribundo, morro, sou defunto

De coragem para mudar o mundo

E uma réstia de luz ilumina

A voz que grita e anima

A palavra de coragem

De quem nunca não passou de uma viagem

Tadeu Lopes
Enviado por Tadeu Lopes em 21/02/2007
Código do texto: T388413