COMO POEIRA DO TEMPO

Armários guardados na sombra ,

Gavetas entreabertas á espreita de quem passa ,

aromas de sentidos saudosos passeiam na réstia de luz !

Este é o meu panorama....Estática... sem permitir que o tempo passe !

Sou como poeira parada em cima do móvel ...pensando...pensando ....

E como poeira parada permaneço......pensando... em mim.

Penso...há um quê perdido nesta estória,

Sinto que estou sempre na margem,

contemplando a vida que um dia poderia ser minha!

Tento atravessar a ponte , insisto ...

Mas passo ao largo como chuva de trovoada,

fazendo enxurrada na colina,

querendo ser rio,

querendo ser movimento,

querendo ser vida,

querendo mudar o tempo.

Maria Helena de Melo Rodrigues
Enviado por Maria Helena de Melo Rodrigues em 21/02/2007
Reeditado em 04/03/2007
Código do texto: T388600