Poema 0006 - Intempéries

Cada dia estou mais diferente,

te amo tanto, mas não vale nada,

não percebes quando o calor passa pelo teu corpo,

sempre venho depois,

às vezes, muito antes, já sou sonho esquecido.

Não quero ser como o tempo e suas fases,

ontem estava alegre, hoje...

já não sei o que te dizer,

talvez a primavera tenha passado,

hoje amanheci inverno, inferno do meu querer.

Quando te chamei de amor, era amor,

tua mão veio em direção do meu rosto,

deixei a paixão aparecer, foi cedo demais,

teria eu querido ir embora desta forma,

pareço confuso e tu me deixas sem caminho.

Amanhã posso não estar vivo dentro de ti,

não encontrei nenhum caminho novo,

sou ainda teu, até que não me queira,

preciso ser o ar, o vento, a chuva,

mas também quero ser o sol, o calor.

Um dia ainda vai te escutar, já que não me ouves,

talvez até sinta minha falta, lembre do meu modo de ser,

pensei que era verão, pensei que, no mínimo, seria outono,

ontem tu me fizeste inverno, agora estou cansado,

vou por um tempo, talvez até um dia ou até nunca mais.

Poderia, mas não vou pedir perdão por te amar,

diga-me se algum dia fui algo mais que uma sombra,

tu és meu grande amor, ainda,

mudei meu tempo, a vida está indo de mim,

até quando te amar, até quando tu não fores do meu amor.

07/10/2004

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 10/02/2005
Código do texto: T3890
Classificação de conteúdo: seguro