Depois das dores

No lume do espelho

Não vejo mais a alma.

O gosto da dor dilacera tanto o peito,

Que o grito latente enclausura nas veias,

Fazendo só ás lágrimas gemerem.

Já ando calado,

Com a voz entre os passos.

Mas sei que amanhã hei de encontrar uma resposta.

Não adianta agora eu pensar;

Não adianta agora ficar sem dormir...

Sinto que te perdi.

Sinto que morri.

Não é pelo apego;

Não é pelo eu,

Mas por não ter entendido;

Por não ter enxergado,

Quão importante é a sua luz na minha necessidade.

Não há revolta,

Porque não não tem o que reevindicar.

O nosso amor está ai;

Foi forjado nos braços de um anjo e

Desenvolvido na essência dos seios de uma mulher.

Ainda que você não me ouça;

Ainda que você não me queira...

Estou preso a esse sentimento,

Que no momento me permite ao menos identificar você;

Que no momento me permite dizer que eu ainda te amo.

E que com último rito, esse ato,

Não será o fim de tudo o que a gente inventou.

A luz espera pela cor.