TRANSCENDER
TRANSCENDER
Sobre o pó, marcas de passos
(estradas longas lá atrás...)
Folguedos da meninice na lembrança,
nos brinquedos vazios na pracinha.
Solitária, a amoreira empalideceu
nos restos das folhas mortas.
E a velhice, cansada, sentou-se pelos
jardins entristecidos da aldeia.
Não se ouviram mais as orações
...e na alma? - apenas sonhos entrecortados.
E os versos do poeta não encontraram um fim
(o corpo doído já não tem como erguer novos castelos...)
Foi-se o viço da vida na pele,
foram-se os beijos, os abraços...
Os jeitos gentis também se foram.
Foi-se o fulgor do amor no olhar.
Mas o tempo... Ele é sábio!
Amarelas, brotam rosas belas por entre as pedras
e o campo é todo verde planície afora...
Renascem os sonhos ficados sem final.
Preces voltam a ser rezadas...
O poeta escreve versos azuis de amor...