todas as minhas mortes

às vezes eu morro

silenciosamente

atravessando o sinal

aberto

afogado em meu medo

crucificado no asfalto

às vezes eu morro

aos berros

nas raves nas dances nos restaurantes de classe(esses guetos inversos)

e nos botecos

engasgado com os acordes dissonantes com os canapés de caviar

ou com os pasteis de vento

entre os vários goles de amargura e tequila

nos coquetéis que assaltam

minha goela

às vezes eu morro em casa

entre lembranças ácidas

solidões adocicadas

e diálogos que azedam

a convivência diária noturna

entre eu mesmo e as diversas personagens que eu visto e descarto

entre o ser que eu sou em mim e o ser meu também nos outros

mas quando escrevo poesia ressuscito

com meu rosto e com o rosto

de todos a quem amo

Francisco Zebral
Enviado por Francisco Zebral em 02/10/2012
Código do texto: T3911595
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