Os três dias do homem

É o primeiro dia...

E quando a hora é de ser criança

A amendoeira que se cuide

Não é possível adiar as peraltices

De quem por seu intermédio

Está descobrindo a arte da sobrevivência

É o segundo dia...

E quando a hora é de ser adulto

Que as pedras pontiagudas do caminho

Não lhe ousem barrar o caminhar

Quem leu Drummond

Sabe muito bem como prevenir-se delas

É o terceiro dia...

E quando a hora é de envelhecer

Não adianta acender a luz

Qualquer caminho leva à obscuridade

Enquanto a canção do repouso

Prenuncia a hora de dormir.

José Carvalho

José Maria de Carvalho
Enviado por José Maria de Carvalho em 03/10/2012
Código do texto: T3913850
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