GAIOLA DA LÁBIA

Na aspereza da língua

Há feras que se estranham

No ancoradouro dos sonhos

Há dinossauros abissais!

Em uma sala vazia mi léguas...

E eu me dobro engasgando as falas

Alargo os cantos da boca

E já se projetam às pressas

Amontoados de letras

Desabando os sentires

Domando até os ossos

QUE FERA podia ser o verso abordar

Sobre assalto? “É o barato da vez

O sapato que aperta, o calço em falho

Na miopia estrábica de o sonho que pesa”

No mundo de esconde, esconde

Não piscam avisos reflexos

Enquanto um sorriso morre um outro meio malandro

Pra luz do teu rosto se foca

Ainda que bobo que me acorde

Em teus olhos de manhã

Acorde pras feras que ladram!

Vera Lúcia Bezerra
Enviado por Vera Lúcia Bezerra em 07/10/2012
Reeditado em 07/10/2012
Código do texto: T3920981
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