FADADO

Não clames!

Não grite!

Não peça socorro!

Olhe no espelho sua desgraça e agradeça

Lamba feliz o pus que escorre entre suas pernas

Conforte se com o mau cheiro de podridão

Abrace a dor, sua amiga e companheira agora

Amaldiçoe. Pois, maldita és.

Não corra seu pensamentos aos anjos

Não pense na serpente agora

Entregue sua alma doente

Entregue se ao desespero

Sofra inquietante,

Não terás galardão

Não terás conforto

Os cães esperam por ti

A morte não te servirá

Virão te buscar?

Virão te buscar?

Ninguém vem a ti

Fraco. Nem o fio consegue coordenar

Não ergue a mão, não se sustenta nos pés

Não pode morrer...

Não morrerás.

Armando Vidal
Enviado por Armando Vidal em 11/10/2012
Reeditado em 11/10/2012
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