FADADO
Não clames!
Não grite!
Não peça socorro!
Olhe no espelho sua desgraça e agradeça
Lamba feliz o pus que escorre entre suas pernas
Conforte se com o mau cheiro de podridão
Abrace a dor, sua amiga e companheira agora
Amaldiçoe. Pois, maldita és.
Não corra seu pensamentos aos anjos
Não pense na serpente agora
Entregue sua alma doente
Entregue se ao desespero
Sofra inquietante,
Não terás galardão
Não terás conforto
Os cães esperam por ti
A morte não te servirá
Virão te buscar?
Virão te buscar?
Ninguém vem a ti
Fraco. Nem o fio consegue coordenar
Não ergue a mão, não se sustenta nos pés
Não pode morrer...
Não morrerás.