'El Condor Pasa' (Dueto com Ricardo Muzy Lordelos)

'El Condor Pasa' (Dueto com Ricardo Muzy Lordelos)

Entre maresias percorro dias transversos....

Entre versos descrevo distrações alheias,

Parafraseando poetas maiores, conseguimos escutar ventos nas Cordilheiras...

Sinto em passos calmos, os salmos que cochicham atrás das orelhas, que andam velas nos becos...

Olhos secos nos olham desconfiados, contrariados, desconcertados, nos (in)vejam...

Em desertos secos encontro Oásis esquecidos, Avatares perdidos sem poemas...

Procurando um lema de pronta duração, perdido em algum ponto cego de imaginação.

Tento em vão reencontrar Píers perdidos em mares ensolarados.

Albatrozes voam sem graça...

Ainda há vinho na taça, minha raça se torna desconhecida...

Meu mar de ondas sem fim...

Retinas claras procuram em vão soluções urgentes.Sem enxergar o miocárdio Saudoso.

Fabulosa rotina, queima a retina, nos mancha as cortinas da alma, sem calma, me perco no pensar...

Luzes te trazem e fogem num repente. Tento beijar-te em vão...

Sua imagem me foge às mãos, uma paisagem sem coloração...

Enquanto acordes de velhas Canções intermináveis insistem cobranças... Não encontram peles morenas...

Cenas aos olhos, memórias concretas, discretas confissões do desejo...

Lascivo, quente como chocolates em noites de inverno... Em lareiras acesas sem te encontrar...

Meu olhar se perde no infinito... Sinto que vivo... Sinto que morro... Um inverno inverso em forma de inferno...

Andei chutando pedregulhos em torno de árvores milenares...

Vi-te em cada nervura de folhas e átomos tresloucados, perdidos...

Saltei em Cãnions como louco em cachoeiras. Voei sim como a Condor que desliza entre espaços de rochedos e céus infinitos...

Tendo dito palavras comuns, em algum momento devo voltar...

Me escapa entre os dedos, sua lembrança se difunde em pouca luz, me confunde e seduz.

Aromas e olores passam como um trem rápido na Estação.

Pequenas cidades retornam em paisagens bucólicas. Pessoas sorrirem em torno de esquálidas alamedas sem retorno esquecidas em Praças do passado distante, que jamais retorna...

Sinto a forma do sonho, em riso morno de calma ilusão, memória e exaustão. A vida passa aos olhos por entre os cílios... Um piscar e a fagulha se apaga na imensidão da existência.