Estrelas ao alcance das mãos

Começo a lastimar a tarde madura que vai caindo noutras curvas do mundo

Postes acesos circulam a cidade com o fogo elétrico em baixo de suas capas de alta tensão.

Meu canto não se propaga nem em esquecimento, não sai pelas brechas como o vento furando as paredes.

Distante de ser eco por inteiro a correr pelas escutas no vazio

Vozes ásperas no tímpano...

Olhos que seguem rodando sobre frases.

Perseguindo as letras da composição sem aromas do entardecer

Sem luzes, apenas em eletricidade!

Em silêncio quase despercebido como as batidas do coração sentidas no peito.

Crescem raízes das íris...

Decora o calor as luzes as letras.

Vão beber no fundo os horizontes alcançados

Procuram como chamas na escuridão os detalhes minerais

Para suga-los como o alimento para as folhagens brancas.

Onde se escrevem árvores de outra natureza

Onde ferem o intelecto no aroma entorpecente das palavras

Todas quanto floridas de contravenção

Puídas de metáforas! Que afligiram meus neurônios

Eclodindo para o infinito!

Tudo cresce se não para cima

Em busca do sol que queima as retinas dos olhos e cega-os

As palavras se deitam em meu sangue gritando como eco pelo meu corpo

Mergulho na decifração de mim, sem saber como não me afogar!

Mal me movo no escuro da mente

Sem saber remar...

Na sua direção!

Estrela do raciocínio.