Alma de Apolo**

No dia em que nasci, fadou-me Apolo / A uma vida de júbilos e penas; / De ânsias divinas e emoções terrenas; /E eu com este destino me consolo. ((Da Costa e Silva)

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Se bem me conheces,

Bem sabes dos meus salmos

E dos coros onde a ti evoquei;

Com minhas dores escrevo meu canto

E componho meu próprio refrão!

Apócrifo, muitas vezes digo não.

E ao pedido de sim dos céus,

Desvio-me dos corretos querubins...

Mas, na morte e no nascer dos dias,

Ainda sonho sonhos de salvação.

Faço nos corredores dessa escarpa

Um atalho à tua alma junto a mim;

E, se bem mesmo me conheces,

Bem sabes que não uso seda

E nem tenho cheiro de jasmim.

Sou viajante célere ao calvário

Com pouca roupa e pouco cheiro

Moldado nos meus muitos desenganos.

Sou esta errante alma de Apolo

Num invólucro de Vulcano!

Se bem mesmo me conheces

Salvar-me-ia dos meus próprios danos.

Kal Angelus
Enviado por Kal Angelus em 18/10/2012
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