HELL-O

 

No meio do lençol, uma língua perdida,
falada à noite quando tudo era breu.
Agora intraduzível e indevassável,
entre prantos e despojos epiteliais.
O sol esquecido lá fora entedia.

Meu nome agora é uma coleção de ideogramas,
meus sonhos, um amontoado de chagas.
Cristão, judeu, celebridade,
tudo rima com saudade,
e a saudade,
não rima com a urgência da minha tarde,
nem explica essa curiosa necessidade
de ferir antes que isso me mate.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 22/10/2012
Reeditado em 22/10/2012
Código do texto: T3946106
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