HELL-O
No meio do lençol, uma língua perdida,
falada à noite quando tudo era breu.
Agora intraduzível e indevassável,
entre prantos e despojos epiteliais.
O sol esquecido lá fora entedia.
Meu nome agora é uma coleção de ideogramas,
meus sonhos, um amontoado de chagas.
Cristão, judeu, celebridade,
tudo rima com saudade,
e a saudade,
não rima com a urgência da minha tarde,
nem explica essa curiosa necessidade
de ferir antes que isso me mate.