LIVRES AS PALAVRAS

Livres as palavras,

O poeta é grande!

Mas elas não me vêem,

Há um dicionário velho

E com poucas palavras em minh’alma!

Parecem que as palavras são estranhas e sem parentes,

Embora só fale de salgadinho!

Eu não as tenhas.

Livres as palavras,

O poeta é grande!

Mas aonde chego,

Se nem sair de salgadinho!

E esse cheiro que carrego,

É agreste puro.

Será que brota no sul!

Será que vinga no norte!

Será só nordeste,

Agreste puro.

Livres as palavras,

O poeta é grande!

Mas eu nunca acendi velas pros santos,

E o deus que contemplo,

Não tenho rosto em cimento!

Livre o povo,

O homem é grande!