ALMOST BLUR

 

 

 


O tempo é uma acusação do relógio
em cujos escombros se arrasta a vontade.

são milhares de pulsações por segundo,
nesse sintetizador de percepções estranhas.
São os aparelhos cardíacos e tecidos rotos,
mimetizados na noite que precede a infância.

Invisível é a obstrução da fala,
um carcinoma de pura tristeza.

Os ossos quebrados e os juramentos
sobre espadas e livros sagrados.
Controle perdido sobre a verdade
que a face estapeia e lacera.
Não é choro nem música sacra:
é o que sobrou de um hiato na vida
quando a inocência se perdeu na maldade.

Agora trazem os peitos cheios de medo,
o indevassável da vida e setas envenenadas.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 25/10/2012
Código do texto: T3952107
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.