Velha é a Máquina da Noite
Me soa tão doce o puro de silêncio
que ecoa distante na madrugada,
como engrenagens de uma velha máquina
que não abala mais a mim,
que não atinge mais a mim...
Não finda a noite e nem os ruídos
e a velha máquina está prestes a ruir...
Não me resta mais que na noite anterior,
ouvir ao longe a velha fábrica a trabalhar.
Seja bem vindo à Avendia dos Anjos,
há corpos jogados em cantos sujos,
neon nas vitrinas e becos escuros...
Seja bem vindo a cidade dos impuros...
Seja bem vindo a Alameda dos Anjos!
Os sons da noite são infindos na cidade
e a cidade é santa para os anjos...
Os anjos das trevas cantam para mim
e dobram-se os sinos da noite pra mim...
Seja bem vindo a Avenida dos Anjos...