Velha é a Máquina da Noite



Me soa tão doce o puro de silêncio
que ecoa distante na madrugada,
como engrenagens de uma velha máquina
que não abala mais a mim,
que não atinge mais a mim...

Não finda a noite e nem os ruídos
e a velha máquina está prestes a ruir...
Não me resta mais que na noite anterior,
ouvir ao longe a velha fábrica a trabalhar.

Seja bem vindo à Avendia dos Anjos,
há corpos jogados em cantos sujos,
neon nas vitrinas e becos escuros...
Seja bem vindo a cidade dos impuros...
Seja bem vindo a Alameda dos Anjos!

Os sons da noite são infindos na cidade
e a cidade é santa para os anjos...
Os anjos das trevas cantam para mim
e dobram-se os sinos da noite pra mim...

Seja bem vindo a Avenida dos Anjos...
Augusto Komar
Enviado por Augusto Komar em 26/10/2012
Reeditado em 25/06/2020
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