POR UM TRIZ, POR UM FIO!

Andava centrado em vasculhar

Meus rabiscos, minha reminiscência;

Algum histórico que me indicasse

O tamanho do peso que me acumulava!

Divaguei sobre minhas incógnitas.

Porque minha insistente inquietação

Sempre me direcionava ao nada,

Mostrando-me o caminho da solidão,

E coagindo-me ao luto intelectual

Que perfazia uma mortalha literária

Vista no espelho da minha vida

E assistida num flash esmorecido,

Revelando meu abatimento interior?

Carecia o inescrupuloso destino

Valorizar ainda mais meu tormento?

Aspirei o bolor da incompreensão.

Em meu coração não havia assentimento

Para tão amarga e indecente trajetória.

Conversei abertamente com uma entidade,

Ignorou meu livre arbítrio, emudeceu.

Como poderia permanecer nulificado,

Eu só queria viver, ser apenas “eu”!?

Vi-me acrescido de novas esperanças.

Primeiro eu estava por um triz;

Batalhei, reescrevi minha vida.

Conheci a felicidade, o amor, a dor;

Andei mundo afora, buscando a vida.

Direcionei meus passos, prostestei.

Finalmente estava por um fio.

Mas, o fio era de aço...Sobrevivi!

Paulo Izael
Enviado por Paulo Izael em 01/08/2005
Código do texto: T39547