Doce plátano
Doce plátano que me trouxeste aqui,
Onde o vento pára, o rio corre na memória,
Inverno dos verbos e dos corações,
Só a corajosa semente teima o rebento,
Onde não há palavras,
Onde o lobo se inquieta na ausência do aroma de sangue.
Onde não há neve, nem estepe que me coalhe este sentimento
De não, de nenhure da alma.
Doce plátano a tua promessa de poesia, onde está?
Que se fez da cor e das palavras lentas do poeta,
Só, assim,
longe de mim,
No espaço volúvel do inicio.