Doce plátano

Doce plátano que me trouxeste aqui,

Onde o vento pára, o rio corre na memória,

Inverno dos verbos e dos corações,

Só a corajosa semente teima o rebento,

Onde não há palavras,

Onde o lobo se inquieta na ausência do aroma de sangue.

Onde não há neve, nem estepe que me coalhe este sentimento

De não, de nenhure da alma.

Doce plátano a tua promessa de poesia, onde está?

Que se fez da cor e das palavras lentas do poeta,

Só, assim,

longe de mim,

No espaço volúvel do inicio.

Constantino Mendes Alves
Enviado por Constantino Mendes Alves em 27/02/2007
Código do texto: T395607