O HOMEM DO MAR

CADERNO AMBULANTE

O HOMEM DO MAR

Quatro horas da tarde

o Sol vai-se pondo

o vento soprando

a maré está cheia

o mar não estar pra peixe

só amanhã

se o tempo mudar

ou se Deus ajudar

informa o "Seo Nino"

um pescador de olhar perdido no horizonte

uma casa na areia coberta de palhas

barcos, jangadas

crianças a jogar pelada

já umas outras

a dar pedradas

completam o cenário a cantar

enquanto uns conversam

outros içam velas

e lançam seus barcos no mar

os ventos balançando

os cabelos negros da linda morena

que anda de pés descalços na areia

vai anoitecendo

e todos procuram de logo

o seus lares

já é noite

e o cardume não surge

o jeito é ter calma

e esperar a maré a baixar

voltando de novo

como homens do mar

voltando novamente

para peixes fisgar

mas fiquem sabendo

só se o tempo mudar

ou se Deus ajudar

pois a maré não está pra peixe

e o peixe não quer se entregar.

Ilhéus, Agosto/1979 - Ba.

DyaFerrari
Enviado por DyaFerrari em 30/10/2012
Reeditado em 12/03/2013
Código do texto: T3959868
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