Do vil metal

O que se vai guardando no bolso

O que se esvai sem nenhum alvoroço

O que nos prende a um nós conosco

O que nos proporciona o desjejum, a janta e o almoço

O que nos mete em cada angu-de-caroço

O que nos compromete até o pescoço

O que se enraiza na mente e nos vai consumindo até o osso

O que nos enrudesce e desfaz nosso ar de bom moço

O que não nos quer desviar do caminho até o fundo do poço

Transformando a nossa humanidade em arremedo, em esboço

Do que era pra ser pura cordialidade, sem nenhum esforço

Isso é o vil metal revelando em nossa pequenez, um ser horrorosso

E quão ínfimo é o seu retorno pra gente, quão caro será seu o troco.