DECLARAÇÃO DO AMOR TORTO
Trouxe pra você um coração remendado,
que costurei com linha de anzol e cinismo.
Está meio velho e acabado, mas dá pro gasto.
Vai combinar com seu terno amarelo-cafona,
e com minhas cuecas vermelho-hibisco.
Você pode usar como adereço carnavalesco,
pode esmurrar até que fique de novo em pedaços,
pode escrever sobre ele um textículo dramático,
e eu não ligo. Mantenho o sorriso simpático.
E que seja brega, como são todos os poema de dois....
escrito entre os prantos de antes e os amassos de depois.
Espero que precise do meu amor.
Eu preciso é de uma boa cachaça.
Espero que me ame todos os dias.
Menos nos dias em que a banda passa.
São sete dias por semana,
e nessa semana não vou aparecer.
Não falo sobre sentimentos e verdades.
É que um coração remendado, sem nada a dizer,
às vezes para de bater e faz maldades.
apela para a covardia e se esquece de viver.