DECLARAÇÃO DO AMOR TORTO

 

 


Trouxe pra você um coração remendado,
que costurei com linha de anzol e cinismo.
Está meio velho e acabado, mas dá pro gasto.
Vai combinar com seu terno amarelo-cafona,
e com minhas cuecas vermelho-hibisco.

Você pode usar como adereço carnavalesco,
pode esmurrar até que fique de novo em pedaços,
pode escrever sobre ele um textículo dramático,
e eu não ligo. Mantenho o sorriso simpático.
E que seja brega, como são todos os  poema de dois....
escrito entre os prantos de antes e os amassos de depois.

Espero que precise do meu amor.
Eu preciso é de uma boa cachaça.
Espero que me ame todos os dias.
Menos nos dias em que a banda passa.

São sete dias por semana,
e nessa semana não vou aparecer.
Não falo sobre sentimentos e verdades.
É que um coração remendado, sem nada a dizer,
às vezes para de bater e faz maldades.
apela para a covardia e se esquece de viver.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 30/10/2012
Reeditado em 31/10/2012
Código do texto: T3960596
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