Sou deserto do meu próprio sonho.

Árido, por sobre areias desta noite fria,

sopra o vento por meu corpo tão gelado.

Inerte, sou a solidão de outra poesia,

não sinto o tempo, sou o amor estagnado.

O olhar perdido na fuga de horizontes,

minha boca seca, não ouves minha voz.

Escalo dunas à procura de outros montes,

sou apenas saudade do que fomos nós...

Alguma estrela que ilumine meu escuro,

no céu que escondeu o seu azul incerto,

é pouca luz a brilhar no infinito impuro

e meu sonho é a extensão desse deserto. (IDA)

Ida Satte Alam Senna
Enviado por Ida Satte Alam Senna em 02/08/2005
Código do texto: T39701